Foram três dias e três noites. Intensos.
Quem acompanhou os posts da série, sabe o que eu senti ao acordar de madrugada, passar horas por dia em meditação, comer o que me era oferecido, sem desperdiçar. Isso sem falar do meu medo de levar uma ripada nas costas, da minha alegria ao ver vagalumes e estelas cadentes, e das técnicas que desenvolvi para me adaptar a tudo isso, tão novo pra mim.
(Não leu ainda? Ah… eu gostaria muito de dividir com você estas experiências também. Dá tempo? É só clicar nos links coloridos do parágrafo acima.)
Ao final do segundo dia, combinei com o marido de me buscar um dia antes do previsto.
Nenhum motivo bombástico, sinto informar. É que eu estava fora de casa há quase duas semanas (direto de uma viagem a São Paulo para o retiro em Ibiraçu) e comecei a pensar como seria importante passar um tempo livre com meu filho, antes de voltar ao trabalho. Cheia de dedos, comuniquei a decisão à monja responsável. A resposta foi: “nós acreditamos que é importante estar inteiro naquilo que se faz. Se o seu pensamento está no seu filho, entendemos a sua decisão”. Simples assim. Tem como não admirar?
Acordei no “último dia”, fiz os zazens da manhã, a leitura dos sutras, tomei o café e fiz questão de participar dos trabalhos. Confesso que o coração estava meio apertado.
Às nove horas, horário combinado, estavam lá filho, marido e pai –pareciam cavaleiros amorosos, numa verdadeira operação resgate (contei pra vocês que família e amigos quase apostaram que eu iria embora nas primeiras horas do retiro? Pois é).
E aí eu me dei conta de algumas coisas:
– O tempo é relativo. Os dias rendem imensamente no mosteiro. A sensação era a de que eu havia passado muito mais tempo por lá.
– Com foco e equilíbrio, as ideias se harmonizam. Como foi gostoso reencontrar a família. E melhor ainda perceber que a minha saudade e meus pensamentos durante o retiro foram tranquilos. Nada de ideias fatalistas ( vão esquecer meu filho na escola). Nenhum pensamento do tipo “o que o marido está fazendo por lá?” (ciumenta que sou, ou era, achei que seria um problema).
– Antes mesmo de ir embora, já estava cheia de saudade de tudo o que havia vivido nesses três dias! Estava renovada, inteira, realmente presente.
Já no carro, durante os setenta quilômetros da viagem de volta, mantive, sem perceber, a posição de pernas cruzadas do zazen. Acho que acabei assimilando muito mais do achei que seria possível.
Para quem pergunta o que eu achei da experiência, respondo que foi um pouco difícil no começo, mas sensacional. O que aprendi sobre disciplina, colaboração, equilíbrio, respeito, foco, plenitude… vou levar pra vida toda.
E pra quem pergunta como eu consegui aguentar as horas de meditação, as regras e tudo o mais, eu respondo: Estou louca pra participar de um próximo retiro.
Informações sobre o Mosteiro Zen Morro da Vargem:
Como chegar: Partindo de Vitória, siga pela BR 101 Norte em direção a Ibiraçu, até o km 217, onde vai encontrar o portal vermelho. Siga à direita até a entrada e suba os 470 metros do Morro da Vargem. A estrada é pavimentada e muito bonita.
Quando: Aos domingos, o mosteiro é aberto a visitação. Também há visitas e atividades que podem ser agendadas por escolas ou grupos.
Retiros: Geralmente são cinco encontros durante o ano, em grandes feriados. Eu fui no de Maio. O número de dias pode variar. Os outros participantes do meu retiro disseram que gostam muito do que tem duração de sete dias.
Valor: Pelo retiro de três dias, paguei 650 reais (divididos em duas vezes- Maio/2013).
Outras informações, incluindo as datas dos próximos retiros, estão no site oficial do Mosteiro Zen.
Ah… uma curiosidade: Um dos momentos mais aguardados era o do cafezinho, à tarde. Com cafeína e açúcar branco pra quem quisesse. Uma festa!
Obrigada por passearem comigo. E até a próxima!!
Já fui há 10 anos atrás… Vou de novo nesse próximo retiro do carnaval 2016. A sensação é como fazer uma limpeza mental. Recomendo. Abraços!
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Bruno. Eu também estou louca pra voltar. 🙂
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GOSTARIA DE VISITAR ESTE LUGAR ….AFINAL TENHO ZEN COMO SOBRENOME
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Maria da Penha, vá. É lindo demais! E você é uma pessoa tranquila? Fiquei curiosa.
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Boa tarde!!!
Gostaria do contato via telefone, vc tem do MOSTEIRO ZEN BUDISTA? .
Abraços
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Maria. O telefone do mosteiro está no site deles. O link está em um dos posts sobre o retiro que escrevi. Estou apenas com celular agora. Desculpe por não procurar pra você. Um abraço!
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Existe o Zu Lai em Cotia. É zen também. Pesquise como Zu Lai que já encontrará todas as informações. Boa sorte!
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Ola! Conhece algum mosteiro que fazem retiros em São Paulo, se puder me indicar eu agradeço (:
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Oi Mariana. Infelizmente não conheço. Tentei pesquisar no google pra te ajudar, mas prefiro mesmo não indicar sem conhecer. Mas fica a dica: o ES não é tão longe e esse mosteiro zen é incrível mesmo. 😉
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Estou pesquisando retiros,ja fiz yoga e participei de retiros religiosos: meu problema/duvida : sou o enjoo em pessoa para me alimentar e tenho certas restricoes alimentares.Sou obrigada a comer?
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Ana. Não é obrigada a nada no mosteiro, mas não há opções. É um cardápio restrito por dia e só. Comida gostosa, mas pouco variada. Que tal ligar pra lá e perguntar se pode levar lanchinhos? Agora, melhor mesmo era tentar comer… Faz parte do processo. 😉 Um abraço!
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Obrigada pelo relato! Dá uma ótima visão sobre como é o retiro. Tenho uma pergunta: e o silêncio? Ouvi dizer que ele é obrigatório em alguns retiros, foi assim lá? As pessoas conversavam? Pergunto porque é uma das coisas que acho mais interessantes…
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Oi Aline. O silêncio não é obrigatório nestes retiros, não. Ninguém fala durante os zazens (e eles são muitos), nem durante a refeição. Em outros horários, a conversa está liberada. E, olha, foi ótimo bater papo com pessoas do mundo inteiro…
Há sim retiros onde o silêncio é obrigatório, mas eu nunca participei de um deles (acho que não conseguiria). Um abraço!
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Olá amiga , eu sou uma pessoa estressada e explosiva as vezes ,queria tanto me curar disso, me faz tão mal e te pergunto se o retiro que vc fez , tem o efeito de acalmar a alma e sou uma pessoa ansiosa !!! valeu 🙂
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Ana Kelly. Acho que o retiro ajuda a gente a se conhecer melhor… Daí você talvez descubra de onde vem essa explosão toda,rs. Eu acho que acalma sim. 😉
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Adorei Nane!!!! Muito legal!
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Obrigada, Cris! Beijo.
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Adorei a sua experiência! Me bateu uma vontade ainda maior de participar de um retiro tb. Continue suas aventuras… pq adoro viajar com vc!
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Super indico o retiro pra você, Chinima. E já imagino as fotos maravilhosas que fará no mosteiro. Beijo!
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E a gente já tinha falado em fazer esse retiro lá atrás, hein??? Fiquei curiosa sobre a experiencia – e acho que preciso fazer um desses tb, do jeito que as coisas tem sido…
Seu blog está cada vez mais gostoso de ler! 🙂
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Opa! Obrigada, Clarissa. Viu? Falamos e eu fiz mesmo. Agora vamos falar em ficar ricas e rodar o mundo? rs
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Olha, esses seus relatos nos deixaram ansiosos pelo próximo capítulo rs… estamos aguardando suas próximas aventuras! Uma sugestão: mergulho em alto mar rsrs…
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Sugestão mais do que aceita. Espero contar essa aventura em breve, Roberta.
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Olha, esses seus relatos deixaram a gente ansiosos pelo próximo capítulo rs… estamos aguardando suas próximas aventuras! Uma sugestão: mergulho em alto mar rsrs…
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Muito bom!!! faça, VOCÊ, mas outros destes para nós contar!!!
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Eheheheh Farei e contarei! E também nossas aventuras na praia. 😉
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Acompanhei e adorei. Abraços.
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Obrigada, Paula! Esse retorno é sempre muito importante. 😉
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Ahhhh, que pena que acabou! Volte e conte mais pra ver se eu tomo coragem! rs
Beijos
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Pena que acabou mesmo, Aline. Obrigada por acompanhar tudo e pelos comentários!
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fico feliz que tenha aprendido coisas legais Elaine!!! Deus te abencoe. beijos! Melissa
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Aprendi sim, Mel. Que Deus abençoe a todos nós! 🙂
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